Coligação prossegue contactos com accionistas da EPB:Missão da Escola Profissional está longe de estar esgotada

12-12-2010 17:32

Os Vereadores da Coligação “Juntos Por Braga” reuniram com a Direcção da Associação Industrial do Minho (AIMinho), nas pessoas do Presidente, António Marques, e do Director-Geral, Nuno Martins, em mais uma reunião que teve como objectivo discutir a possível alienação, parcial ou total, do capital social da Escola Profissional de Braga (EPB) a investidores privados.

No decorrer do encontro, António Marques afirmou que a AIMinho está atenta ao desenrolar do processo de privatização da EPB. “Se, de facto, a privatização for para a frente, vamos analisar o caderno de encargos e as contas da escola. Só após essa análise, se entendermos ser vantajoso, poderemos avançar com uma proposta”, garantiu.

No entanto, o presidente da AIMinho avisou que este é um investimento que pode ser financeiramente incomportável para a Associação: “Estamos envolvidos em diversas frentes, pelo que o assumir de mais um investimento – e, simultaneamente, mais um risco - pode não ser praticável, sendo que a escola tem um valor patrimonial que não pode ser esquecido”.

Para António Marques, a EPB desempenha um papel “essencial na região”, que consiste em “ir ao encontro das necessidades do tecido empresarial e preencher uma lacuna no mercado da formação mais qualificada”.

A EPB tem reconhecido méritos e qualidade no ensino, que têm como consequência uma elevada taxa de empregabilidade dos seus alunos, que saem muito bem preparados da EPB”, salientou. “É por estes motivos que considero que a participação que a AIMinho actualmente tem na escola faz sentido”.

Independentemente de a AIminho avançar ou não para o processo de compra da EPB, António Marques defende que sejam feitas algumas mudanças na gestão da Escola, realçando que é essencial existir “sentido estratégico na administração da escola”, definindo-se, assim, “claramente o rumo a seguir”. “Queremos que a EPB trabalhe em maior sintonia com o tecido empresarial e que se adeqúe mais à realidade do mercado de trabalho, de forma a melhorar direccionar as componentes educativas e, ao mesmo tempo, assegurar saídas profissionais para os alunos”, acrescentou.

Na opinião de António Marques, a EPB tem a vantagem de ser uma instituição “acessível e ágil e de estar próxima das entidades empresariais”. Para mais, tem uma dimensão que permite ao concelho ganhar “poder de articulação na vertente formativa, uma vez que acolhe um grande número de alunos”, algo que nenhuma outra entidade é capaz de fazer, rejeitando assim a ideia de que a EPB “já não faz falta ou tem sucedâneos”.

António Marques deixa, por isso, o alerta. “Se a EPB deixar de ser uma referência e perder qualidade de ensino, perde-se também a visão estratégica inerente e cada instituição começa a trabalhar por si para suprir as necessidades das empresas”.

A finalizar, o presidente da AIMinho rejeitou assumir as mesmas responsabilidades da Câmara Municipal de Braga pelo estado financeiro em que se encontra a EPB. “Não vou aceitar que digam que temos grandes responsabilidades se apenas dispomos de menos de 1% da EPB, sendo que poucas vezes fomos ouvidos pela Câmara nas decisões estratégicas da Escola. A responsabilidade é proporcional à percentagem que nos cabe”, notou, dizendo ainda que “nada do que é importante passa pelo Conselho de Gerência da EPB”, levando a que seja muitas vezes “através dos jornais” que a AIMinho vai tendo conhecimento de decisões dentro da escola, “como mais uma vez aconteceu no presente processo de alienação do capital pela Câmara”.                                                                                                                                                                       

Coligação pretende caderno de encargos que defenda a qualidade da EPB

Ricardo Rio demonstrou especial preocupação com o processo de elaboração do caderno de encargos, onde pretende que sejam garantidos os “objectivos, a missão e a qualidade de ensino que são imagens de marca da EPB, sem esquecer a óbvia salvaguarda do valor patrimonial da Escola e o ressarcimento pelos múltiplos investimentos efectuados pela Câmara Municipal ao longo dos anos”. Nesse sentido, um vereador da Coligação “Juntos Por Braga” vai integrar o grupo de trabalho para acompanhar de perto a elaboração do documento.

Durante a reunião, Ricardo Rio reiterou que não lhe parece correcto que um Vereador da Coligação integre o júri do concurso, acrescentando mesmo que tal diz respeito a um princípio geral: “Defendemos que os júris dos Concursos devem ser constituídos por pessoas que não pertençam ao Executivo Municipal, assumindo um papel técnico de avaliação dos requisitos dos concorrentes e da valia das suas propostas, à luz das regras definidas pelo referido Executivo, a quem compete também a decisão final”. “Em circunstância alguma transmitimos ao Presidente da Câmara que seriam dois Vereadores distintos a integrar a Comissão de Elaboração do Caderno de Encargos e o Júri do Concurso”, atribuindo as declarações de Mesquita Machado após a reunião de Câmara a um qualquer “lapso de entendimento”.

O líder da Coligação defendeu também que o Conselho Municipal de Educação devia pronunciar-se com um parecer qualitativo, de forma a valorizar o referido caderno de encargos do concurso.

Indo ao encontro do que foi defendido por António Marques, Ricardo Rio afirmou que esta pode ser uma boa oportunidade para “corrigir erros do passado” e repensar a forma de actuação da EPB, para que no futuro esta instituição possa continuar a ser “uma referência na educação em braga” e a desempenhar um “importante papel social na formação dos recursos humanos locais”.  

Voltar

Procurar no site

© 2010 TV MINHO Todos os direitos reservados.

TV MINHO A Sua Tv Regional do Minho