Eurodeputado José Manuel Fernandes desafia Viana do Castelo a tirar proveito de uma política marítima integrada na Europa

21-10-2010 19:30

  O Parlamento Europeu aprovou hoje em Estrasburgo um documento relativo ao desenvolvimento de uma Política Marítima Integrada na União Europeia. Para o Eurodeputado do PSD José Manuel Fernandes, esta é uma oportunidade acrescida para Viana do Castelo afirmar as suas potencialidades no contexto marítimo nacional e internacional.

“O principal objectivo de uma política marítima integrada da União Europeia é criar as melhores condições para a utilização sustentável dos oceanos e mares, o que irá potenciar o papel fulcral dos sectores marítimos e das regiões costeiras na economia global”, afirma José Manuel Fernandes, salientando os recursos e a posição geoestratégica de Viana do Castelo.

Apontando infra-estruturas como os estaleiros navais e o porto de mar, aliados à pesca artesanal e às fortes tradições marítimas de Viana do Castelo, o Eurodeputado considera que a capital altominhota tem de assumir o mar como prioridade estratégica e de afirmação no contexto internacional, podendo mesmo beneficiar de uma cooperação estratégica com a Galiza.

“Uma aliança de interacção com a Galiza pode assegurar a Viana do Castelo, não só um lugar de liderança no sector marítimo em Portugal, mas sobretudo um papel de charneira no contexto europeu, face ao peso dos portos e do transporte marítimos na economia mundial”, sustentou José Manuel Fernandes.

Para fundamentar a sua posição, frisa que cerca de 90% do comércio externo da Europa e quase 40% do seu comércio interno passam pelos seus portos. Além disso, a União Europeia concentra nas regiões marítimas cerca de 40% do seu PIB e 40% da sua população. Estima-se que o volume de negócios directo do sector do turismo marítimo na Europa tenha sido de 72 mil milhões de euros em 2004.

“Em pleno século XXI, o mar assume uma nova identidade e chama a si uma importância geoestratégica e geopolítica ímpar na história da humanidade e é hoje, mais do que nunca, um factor de centralidade para a Europa”, sustenta José Manuel Fernandes, que interveio hoje na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

Salientando que “o Mar oferece rotas comerciais, funciona como um regulador do clima e representa uma fonte de alimento, de energia e de recursos”, o eurodeputado desafia Viana do Castelo a rentabilizar as suas potencialidades, assim como Portugal deve igualmente “aproveitar a sua relação como o mar e a dimensão da sua zona económica exclusiva, que é das maiores do mundo”.

José Manuel Fernandes defende para a Europa “uma estratégia ambiciosa de ‘crescimento azul’, através de uma estratégia global e inter-sectorial, que se fundamente numa vasta investigação das potencialidades e opções políticas e numa ampla consulta das partes interessadas, em prol do crescimento sustentável nas regiões costeiras e nos sectores marítimos até 2012”.

Números sobre o sector marítimo europeu

O transporte marítimo é vital para o comércio internacional e interno da Europa e continua a ser a espinha dorsal do cluster marítimo. A União Europeia, com 40% da frota mundial, é incontestavelmente o líder deste sector global. Anualmente, 3,5 mil milhões de toneladas de mercadorias e 350 milhões de passageiros transitam pelos portos marítimos europeus. Cerca de 350 000 pessoas trabalham nos portos e nos serviços associados, que, no seu conjunto, geram um valor acrescentado de aproximadamente 20 mil milhões de euros. Com o aumento do volume do comércio mundial e o desenvolvimento do transporte marítimo de curta distância e das auto-estradas marítimas, as perspectivas para estes sectores são de crescimento contínuo.

Dado que 90% do comércio externo da Europa e quase 40% do seu comércio interno passam pelos seus portos, fácil é perceber a dimensão do desafio que os portos europeus terão de vencer para poder lidar com uma procura cada vez maior. O desenvolvimento da sua capacidade deve ser paralelo ao crescimento do comércio interno e internacional europeu e processar-se de uma forma compatível com os objectivos das políticas comunitárias, nomeadamente os objectivos ambientais e de competitividade

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